fogáreu
cinzas – 1
Do fogo foi forjado, e das chamas de suas mãos calejadas nasce um odor acre de carne queimada. Um estupor nublava a consciência, mas é o gosto de sal e areia que chegou aos lábios, o fazendo lembrar. Mar e lavandas. Nem mesmo as labaredas eternas podem apagar as memórias. Faryehh olhou em frente.
0
Comente Aqui!x
Cinzas caíam como flocos de neve, tão frias quanto o olhar que se erguia ao longe. Mas Njoe sorria. Um dia, ele amou aquele sorriso. Preces murmuradas aos Deuses para obter minutos e horas com o propósito de deslizar os dedos pelos fios loiros, perder-se em seus emaranhados e conservar aquele sonho tão deles. Contudo, suas escolhas os levaram até aquela praia. Faryehh sacou sua espada, com o olhar tão decidido quanto os passos de Njoe em sua direção, a água congelando a atmosfera ao seu redor.
1
Comente Aqui!x
Ele ainda sorria.
0
Comente Aqui!x
Não havia como retornar aos dias plácidos de verão, quando cabelos ainda alcançavam as costas, quando mãos se entrelaçavam debaixo de livros. Agora, elas só serviam para magoar e ferir. Atrás deles, apenas corpos se amontoavam e o sangue derramado evaporava ao entrar em contato com a pele marrom, enquanto gotas rubras pingavam das garras do outro.
0
Comente Aqui!x
Eu o amo, quis dizer. Mas era demais, era prender os dois em demasia em uma promessa que não poderia ser cumprida estando os dois no Fim da Jornada. Mesmo com a dor queimando seu coração, a espada estava erguida. Não havia mais Faryehh e Njoe. Não havia como lutar contra as ondas do Destino.
0
Comente Aqui!x
— Venha, kharabêtam. Vamos dançar uma última vez.
0
Comente Aqui!x
E um mataria o outro naquela praia.
0
Comente Aqui!x
CHIQUE